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Sejamos sementes

Sejamos sementes

Alguns textos atrás falamos aqui das sementes crioulas, também conhecidas como sementes da paixão. São as sementes nativas, resistentes, adaptadas ao território de sua origem para suportar todas as intempéries e mesmo assim prosperar, florescer, crescer e nos dar bons frutos.

Nossa prioridade como consumidores deve ser a modificação de hábitos alimentares a partir do conhecimento. Uma mudança de dentro pra fora na transformação do nosso olhar para a comida e todas as relações que estão em sua volta, num despertar de consciência para que possamos ter o poder de decisão em nossas mãos. No final, perceberemos que votamos todos os dias quando comemos, três vezes por dia. Somos todos, em diferentes escalas e graus, responsáveis pela forma de consumo estabelecida. E, cabe a nós também, querer mudar.

Dada a situação da política atual no nosso país, que em muito pode retroceder na esfera das políticas públicas voltadas para setores da agricultura familiar, orgânicos e agroecológicos, mais do que nunca precisamos estar atentos às nossas escolhas. O poder de escolha do que comer, para a grande maioria da população brasileira, que pertence à base da pirâmide, é mais restrito do que para as pessoas que estão posicionadas mais ao topo da pirâmide. Esse cenário, é resultado do modo como funciona o nosso sistema alimentar.

Foto: divulgação

Bem, mas para aqueles que detêm informação e que têm acesso a produtos em diversidade e de boa qualidade, a hora é de escolher, o máximo possível, alimentos locais, sazonais, orgânicos e de pequenos produtores. Na Cidade do Rio de Janeiro, a população é privilegiada por ter a sua disposição diversos pontos e formas para comprar esses alimentos. Há o Circuito de Feiras Orgânicas e Agroecológicas, a Rede Ecológica, Comida da Gente, pontos de venda e listas de compras de pequenos produtores de assentamentos do MST e do MPA, dentre outros. Onde você estiver, procure se conectar e fomentar o pequeno produtor local. Ele é peça fundamental para garantir um alimento de qualidade na nossa mesa, manter nossa saúde e a do meio ambiente.

O momento é de unir esforços, se organizar e incentivar aqueles que promovem a mudança que queremos para uma comida de verdade e que seja acessível a todos.

Sempre que estivermos desesperançosos, é bom pararmos para observar e nos conectar com a natureza, pois ela sempre nos dará motivos para continuarmos a acreditar na vida. Que nos inspiremos nas sementes da paixão. Sejamos elas! Assim  resistiremos aos sinais de inverno rigoroso que parece se configurar, mas queira passar. E, quando passar, estaremos prontos para florescer, crescer e nutrir nossa vida com aquilo que há de melhor!

@Chefcarolsa

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